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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Algo para refletir e mudar...

Se eu fosse eu - "Clarisse Lispector"

               Se eu fosse eu quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.
               E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser LOCOMOVIDA do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.
              Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
              Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.
             "Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teriamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos emfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aumento dos casos de Alzheimer preocupa autoridades de saúde

            Além da busca de novos medicamentos para o Alzheimer, cientistas buscam descobrir os primeiros sinais da doença. De acordo com especialistas, isso é muito importante, pois várias drogas já se mostraram ineficazes em pessoas que já apresentavam os primeiros sintomas. E se os medicamentos pudessem ser administrados antes, adaptados para mudanças biológicas específicas (ou biomarcadores) no cérebro, o tratamento ou prevenção poderia ter mais sucesso.
        Apesar das inúmeras pesquisas que existem no segmento, ainda não existem informações estabelecidas da comunidade científica sobre os fatores que promovem o desenvolvimento da doença. O que já se sabe é que o mal ataca o cérebro muito antes dos indivíduos apresentarem perda de memória ou declínio cognitivo. As descobertas feitas até o momento apontam que fatores de proteção estão ligados aos hábitos intelectuais e sociais de vida, assim como à alimentação e à atividade física. Especialistas acreditam que um idoso que se mostra interessado em ler, por exemplo, aumenta o que em medicina se chama de reserva cognitiva. Com isso, ele retarda o aparecimento da doença.
          Médicos também recomendam que a pessoa cultive uma rede de amigos e tenha contato com eles com frequência. Isso porque já se observou que quanto mais limitado o círculo social do idoso, maior a probabilidade de ele ter Alzheimer. 
          A atenção aos hábitos de alimentação e atividade física também é importante para reduzir o risco do Alzheimer aparecer com o avanço da idade. A prioridade deve ser para uma alimentação saudável, que mantenha os níveis de colesterol e glicemia controlados. Além disso, a pressão arterial também deve ser mantida sob o controle. O idoso que não fuma e pratica exercícios físicos diminui o risco de ter a doença.

Apesar da dificuldade de diagnóstico, crescem os casos no Brasil

            Embora não haja dados precisos sobre a doença, especialistas acreditam que a incidência de casos de Mal de Alzheimer tem aumentado no Brasil, como resultado do crescimento da expectativa de vida, decorrente do maior desenvolvimento do país.
           A doença tem caráter progressivo e se agrava à medida que o tempo passa. A família é envolvida costuma demorar a perceber que o esquecimento pode caracterizar um sintoma da doença e não uma simples casualidade. Os problemas com a memorização não são os primeiros sintomas de Alzheimer.  Por isso, os familiares não percebem o problema no início. O problema é tamanho, que 75% dos doentes desconhecem que sofrem do mal, de acordo com a ONU. Quando a família resolve procurar a ajuda de um especialista, ele faz uma exclusão de todas as outras doenças que causam o sintoma para chegar a um diagnóstico definitivo.
              O diagnóstico precoce é fundamental no tratamento e os idosos devem começar a fazer exames com 65 anos para descobrir se são possuidores da doença ou não. Estes exames englobam em avaliação neurológica e neuropsicológica, que é realizada com um neuropsicólogo.  Portanto, o paciente deve fazer um acompanhamento anual para conseguir detectar a doença no início.

Distúrbio auditivo é confundido com deficit de atenção


            Muitos dos sintomas são iguais: dificuldade de se concentrar, desorganização, esquecimento, mau desempenho na escola e problemas de relacionamento. Por isso a dificuldade de saber se uma criança com dificuldade de aprendizagem tem transtorno de deficit de atenção e hiperatividade ou DPAC (distúrbio do processamento auditivo central).
            O problema é uma falha na forma como o sistema nervoso central processa o som. Não há deficiência no aparelho auditivo, mas uma dificuldade para compreender o significado da mensagem. Nomeado oficialmente nos EUA em 1996, o distúrbio ainda está se tornando mais conhecido por pais e professores. Segundo estudos, pode atingir até metade das crianças com dificuldades de aprendizagem. Ainda se sabe pouco sobre causas, infecções recorrentes no ouvido na infância estão entre elas, mas suspeita-se também de alterações neurobiológicas genéticas, gravidez e partos sofridos, nascimento pré termo e meningite.
             Crianças inteligentes, interessadas e que, mesmo assim, vão mal em várias matérias são candidatas a ter DPAC. É o caso de Eduarda, 12, de Brasília. A mãe, Luísa Casado Lima, afirma que a filha sempre foi esforçada, mas não conseguia se concentrar e começou a cometer erros de grafia. Luísa, que é dentista, levou a filha a uma fonoaudióloga, a um neurologista e a um ortopedista. No exame que avalia o processamento auditivo central o processamento auditivo estava alterado. Eduarda ouvia bem, mas não entendia o que era dito.
MODA
            A mãe acha que o DPAC é moda. "Todo aluno tem alguma coisa, qualquer dificuldade é atribuída a alterações." O filho dela, Henrique, 10, também foi diagnosticado com o problema. O neuropediatra Paulo Junqueira também percebe um crescimento no número de diagnósticos.
Para a fonoaudióloga Vera Lúcia Garcia, diretora secretária da Associação Brasileira de Fonoaudiologia, os diagnósticos vão ficando mais específicos com a evolução da neurociência. "Hoje a disseminação do distúrbio é maior porque há mais recursos para avaliá-lo."
              Nicholas Araujo, 9, do Rio, também foi diagnosticado com o DPAC. A mãe, Rachel, demorou para descobrir quais eram as dificuldades. O que chamava a atenção da mãe é que qualquer frase era interpretada ao pé da letra. "O Nicholas não entendia brincadeiras, piadas, algo com duplo sentido", diz. O tratamento é feito com fonoterapia, para ajudar a criança a separar e entender o que ouve.
             Além de terem sintomas similares, o deficit de atenção e o distúrbio auditivo podem coexistir - o que é muito comum, segundo o neuropediatra Paulo Alves Junqueira. "É preciso tomar muito cuidado ao colocar um rótulo porque as características são similares. Há uma linha muito tênue entre os dois."
Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress

Dicas que ajudam a melhorar a motivação da criança nas tarefas diárias

ENCORAJAMENTO E APRECIAÇÃO

·      Marcos, eu percebi que você estava bem preparado para a aula de hoje. Realmente ajudou você ter arrumado sua carteira e em ordem o seu caderno.
·      Eu gosto da maneira que você lidou com aquele problema.
·      Você deve sentir-se bem em ver o progresso que você está fazendo. Seu esforço está sendo compensado.
·      É isso mesmo... continue praticando e logo você saberá tudo.
·      Aposto que você se dedicou muito nesta questão.
·      Eu percebi que os alunos da mesa 2 realmente se ajudaram e trabalharam como equipe. Meus parabéns.
·      Leane, você seguiu as instruções rapidamente. Eu aprecio sua cooperação.
·      Eu percebi que você realmente se dedicou a melhorar sua caligrafia. Posso ver uma melhora na sua letra.
·      Eu agradeço a maneira que você ajudou a Mariana com o que ela perdeu ontem por ter faltado a aula.Você realmente é um companheiro responsável.
·      Olha que melhora ! realmente mostra que você se dedicou com tempo e esforço.
·      Eu estou confiante que você fará uma boa escolha.
·      Você consegue fazer isto !
·      Você está  ficando melhor em...


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Informações que auxiliam os professores na condução dos alunos com TDAH

ESTRATÉGIAS PARA ATRAIR A ATENÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS

  • Faça uma pergunta interessante e especulativa, mostre uma figura, conte uma pequena estória ou leia um poema relacionado para gerar discussão e interesse para a próxima lição.
  • Tente um pouco de brincadeira ou tolice, drama (use objetos e estórias) para conseguir a atenção e estimular interesse.
  • Mistério. Traga um objeto relevante a lição em uma caixa, sacola ou fronha. Isto é uma maneira excelente de gerar especulação e pode levar a criança a ótimas discussões e atividades escritas.
  • Mostre animação e entusiasmo sobre a próxima lição.
  • Diminua o tempo que você fala. Faça o máximo de esforço para aumentar mais as respostas dos alunos (dizendo ou fazendo alguma coisa com a informação que está sendo ensinada).
  • O uso de parceiros (duplas) é talvez o método mais eficaz de maximizar o envolvimento do aluno. O formato, de parceiros assegura que todos estejam envolvidos ativamente não apenas alguns. “Vire-se para seu vizinho/parceiro e...” Os formatos de parceiros são ideais, para previsão, compartilhar idéias, esclarecer instrução, resumir informações / treinar / praticar (vocabulários, ortografia, operações matemáticas), compartilhar atividades escritas. Exemplos: “Junte-se a seu colega e dividam suas idéias sobre...”. Depois de dar um tempo para as duplas responderem, peça voluntários para compartilhar com a turma toda. “Quem gostaria partilhar o que você e seu parceiro pensam sobre...”
  • Formule as lições usando um ritmo animado e uma variedade de técnicas de questionamento que envolvam a classe toda, parceiros e respostas individuais.
  • Antes de pedir uma resposta oral, faça uma pergunta e peça que os alunos anotem primeiro o que eles acharem que seja correto. Depois peça que os voluntários respondem oralmente.
  • Permita que os alunos usem quadro brancos individuais durante a lição, é motivador e ajuda a manter a atenção. Se usado corretamente, é também eficaz para checar a compreensão dos alunos e determinar quem precisa de reforço.
  • Varie a maneira que você chama o aluno. Por exemplo, “Todos que estão usando brinco, levantem-se esta pergunta é para vocês”. (Alunos deste grupo podem responder ou ter a opção de passar).
  • Utilize cartões de resposta já preparados para os alunos praticarem áreas de conteúdo com uma ferramenta de uso individual. Estes cartões podem ser subdivididos em aproximadamente 3-5 categorias, com respostas escritas naquelas seções (ponto final, interrogação, exclamação). Quando o professor faz a pergunta (cartões de perguntas), o aluno coloca um pregador de roupa na resposta correta (neste exemplo qual a pontuação é necessária na fase lida); leques de respostas são outra opção (um leque é feito com vários cartões de resposta com um furo e segurado por uma argola).

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Algumas informações para pais e professores de crianças com TDAH PARTE 1

          A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais freqüente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento.Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos. Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho).  Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico e não é melhor explicada por um outro transtorno mental.
         Crianças com TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) são muito sucetíveis a estressores ambientais, fisiológicos, emocionais, horário da semana ou do dia. Desta forma é importante que a criança passe por uma avaliação neuropsicológica que contemple uma breve avaliação psicológica para que desta forma possa ser detectado se a origem dos sintomas de TDAH são devido a existência do TDAH ou de algum transtorno psicólogico ou auditivo. No próximo post explicarei porquê problemas auditivos podem ser confundidos com TDAH e Transtorno de Aprendizagem.
          Em relação aos estressores ambientais observa-se que, qualquer situação ou contigência que envolva stress psíquico ou físico possibilita a agitação e diminuição da atenção da criança com TDAH, por exemplo, brigas familiares, doença na família, barulho em sala de aula, posição na carteira, localização na sala de aula etc. Quanto ao tempo, observa-se que determinados horários do dia ou da semana podem ser motivo de alteração comportamental. Horários estes que envolvem: atividades competitivas ou tediosas ou com algum tipo de carga emocional. Dependendo do bioritmo da pessoa determinados horários, como o período da manhã, pode ser desafiante para o portador de TDAH. Aspectos fisiológicos como fome, cansaço, dor, desconforto físico, entre outros, também, possibilitam mudanças atencionais e psicomotoras.  

O QUE MANTER EM MENTE COM ALUNOS E FILHOS QUE SÃO UM DESAFIO  
  • Planeje uma resposta e evite “reagir”;
  • Elogie, encoraje gratifique o desenvolvimento da melhora;
  • Mude o que você pode controlar... Você mesmo (atitude, linguagem do corpo, voz, estratégia / técnicas, expectativas, foco);
  • Seja firme, justo e estável;
  • Permaneça calmo;
  • Evite bater de frente (medir forças).

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que é terapia cognitivo comportamental?

             Olá,

          Caros blogueiros coloquei um texto aqui de Patrícia Carolo muito didático explicando como a abordagem cognitiva comportamental procede diante da terapia realizadas com crianças e adolescentes. Divirtam-se!

            A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é um termo genérico que abrange mais de vinte abordagens dentro do modelo cognitivo e cognitivo-comportamental que tem comprovado sua eficácia no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos, inclusive naqueles vivenciados por crianças e adolescentes. Sua aplicação no atendimento infanto-juvenil tem como objetivo compreender o desenvolvimento do repertório comportamental e das
cognições desses indivíduos. Entende-se por cognições a organização de pensamentos, memórias e expectativas e, num conceito mais abrangente, habilidades mais complexas, como as capacidades de resolução de problemas, comunicação e linguagem que afetam diretamente os comportamentos de crianças e adolescentes. Assim, um dos principais fundamentos da TCC é de que tais cognições influenciam tanto os comportamentos quanto os sentimentos destes
indivíduos. Em função dessa premissa, a TCC utiliza-se de uma série de técnicas que promovem a modificação das cognições e dos comportamentos de crianças e adolescentes comprovadas empiricamente por estudos controlados cientificamente e tem se tornado um dos principais paradigmas para o tratamento de uma série de desordens.
              Uma das vertentes da TCC é o Aaron Beck e seus colaboradores, que integra um modelo cognitivo e um conjunto de técnicas e estratégias terapêuticas baseadas diretamente nesse modelo. Esse modelo baseia-se na hipótese da vulnerabilidade cognitiva como um modelo de transtorno emocional. Vulnerabilidade cognitiva refere-se à tendência de certos indivíduos de cometer distorções sistemáticas ao processar informações, distorções que os predispõem a transtornos emocionais.
              Assim, o modelo de Beck tem como princípio básico a proposição de que não é uma situação que determina as emoções e comportamentos de um indivíduo, mas sim suas cognições ou interpretações a respeito dessa situação, as quais refletem formas idiossincráticas de processar informação. Com base nesse princípio e na hipótese de primazia das cognições busca-se a reestruturação cognitiva, que refere-se à reestruturação do sistema de esquemas e crenças do paciente a fim de desafiar esquemas e crenças disfuncionais, os quais, ao longo do desenvolvimento do paciente, tornaram-se pouco saudáveis.
              As estratégias comportamentais objetivam basicamente avaliar as conseqüências das condutas do indivíduo e de que forma elas mantêm um funcionamento desadaptativo. Assim, tenta-se modificar esse funcionamento de forma a implemantar novos tipos de comportamentos que beneficiem tanto o próprio indivíduo quanto as pessoas ao seu redor.
             Como se desenvolve o processo clínico em TC? Inicialmente, o terapeuta cognitivo objetiva devolver ao paciente a flexibilidade cognitiva, através do desafio de suas cognições, a fim de promover mudanças nas emoções e comportamentos que as acompanham. Algumas vezes, a mudança no comportamento faz mudanças no sentido inverso: elas também são capazes de modificar a forma como o indivíduo pensa sobre determinada situação.
             Assim, apesar de ser uma abordagem estruturada, baseia-se também numa relação colaborativa entre o terapeuta e o paciente, na qual ambos têm um papel ativo ao longo do processo psicoterápico. Objetiva não apenas a solução dos problemas imediatos do paciente,
mas, através da reestruturação cognitiva, busca dotá-lo de um novo conjunto de técnicas e estratégias a fim de capacitá-lo, a partir daí, a processar e responder de forma funcional, sendo o funcional definido como formas que concorrem para a realização de suas metas.
            Além disso, desde a avaliação até a implantação do tratamento, é necessário que as pessoas envolvidas no dia-a-dia do paciente (especialmente se forem crianças e adolescentes) possam colaborar para a eficácia da terapia. Nesse sentido, família e escola são também agentes da mudança de comportamento. Na verdade, esses pacientes passam quase todo o tempo do seu cotidiano envolvidos nesses ambientes. Se o meio é capaz de facilitar esse processo, a eficácia será muito mais facilmente atingida e todos, num sistema, se beneficiarão de tais mudanças.
              Contando com um sistema integrado entre os diversos contextos da criança e do adolescente, inúmeros transtornos da infância e adolescência são contemplados com programas de tratamento utilizando a TCC como modelo de psicoterapia. Grande parte deles são temas de estudos científicos e sua eficácia comprovada. De acordo com o funcionamento de cada paciente, é desenvolvido, então, um planejamento baseado em metas e com objetivos específicos a cada etapa do tratamento.

De: Patrícia Barros M. Carolo
Site: www.infanciaeadolescencia.com.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

RONCO E APNÉIA DO SONO

           O Ronco e a Síndrome da Apnéia do sono tem sido muito discutido no Brasil e no mundo na atualidade. Este problema, além dos transtornos sociais e psicológicos, trás conseqüências físicas para o paciente (hipertensão, arritmias cardíacas, AVC, morte súbita). Os principais sintomas da apnéia do sono são o ronco e a sonolência diurna excessiva. Portadores de sintomas mais graves costumam acordar com sensação de sufocamento, refluxo esofágico, boca seca, espasmo da laringe e vontade de urinar depressão e cefaléia pela manhã.
          Casos em que a perspectiva de bons resultados é pequena. Pacientes muito obesos ou com índice de apnéia muito acentuado (acima de 40 apnéias por hora) precisam ser bem avaliados pois a perspectiva de resultados é mais pobre, devendo-se optar por outro tipo de tratamento, ficando o aparelho como uma segunda opção ou para ser usado em conjunto com outros tratamentos. O tratamento de escolha é o uso de máscara (CPAP) conectada a um compressor de ar que provoca pressão positiva para forçar sua passagem através das vias aéreas
superiores, durante a noite. Os níveis de pressão da máscara devem ser ajustados individualmente depois de um estudo polissonográfico cuidadoso; pressões inadequadas podem aliviar os sintomas sem diminuir os riscos cardíacos.
          Apesar do ronco ser o problema mais incômodo, a apnéia do sono é o problema mais importante e precisamos nos preocupar com ela, pois ela afeta vários órgãos do nosso corpo, principalmente o coração, onde aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias, hipertensão, infarto e derrame cerebral.
          Polissonografia é o exame que é feito na clínica de sono, onde o paciente dorme uma noite e é monitorado em vários aspectos do seu sono, contrações musculares, problemas respiratórios e cardíacos entre outros, é necessário para se detectar a apnéia do sono. É através da polissonografia que se pode medir se o paciente tem uma apnéia leve, moderada ou grave, também podemos verificar se existem outros distúrbios do sono que tem sintomas parecidos com a apnéia, mas tratamentos diferentes, também para que se possa avaliar os resultados do tratamento faz-se uma antes e uma depois para comparar os resultados.
Recomendações para pacientes com SAOS: 
·       Perder peso.
·       Evitar álcool no mínimo 4 horas antes de dormir.
·       Evitar medicamentos sedativos do tipo anti-hipnóticos, anti-alérgicos, anti-histamínicos antes de dormir.
·       Evitar dormir de costas (barriga pra cima).
·       Evitar refeições pesadas antes de dormir.
·       Evitar bebidas cafeinadas no mínimo quatro horas antes de dormir (chá, café, chocolate...)
·       Evitar fumar no mínimo quatro horas antes de dormir.
·       Evitar comer no meio da noite.
·       Evitar privação de sono.
·       Procurar manter um horário relativamente constante para dormir e acordar.
·       Levantar a cabeceira da cama cerca de 15 a 20 cm.
·       Eventualmente dormir sentado em uma poltrona.
·       Controlar infecções, inflamações principalmente das vias áereas.
·       Procurar seu médico otorrinolaringologista.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aula da inquietação UnB - 2009 - Miguel Nicolelis 6



Não deixem de assistir a todos os vídeos. A gente também aprende com a experiência do outro.

Aula da inquietação UnB - 2009 - Miguel Nicolelis 5

Aula da inquietação UnB - 2009 - Miguel Nicolelis 4

Aula da inquietação UnB - 2009 - Miguel Nicolelis 3

Aula da inquietação UnB - 2009 - Miguel Nicolelis 2




Aula da inquietação 2009 - UnB - Miguel Nicolelis 1

Compartilho com vocês um pouco mais de Miguel Nicolelis, o homem e o cientista.

Jô Soares entrevista Miguel Nicolelis 21/06/2011

          Bem, trago hoje uma entrevista do Jô com o neurocientista Miguel Nicolelis. Alvo de críticas por alguns e admiração por outros. Compartilho com vocês essa entrevista me isentando de qualquer julgamento a respeito do trabalho dele. Entretanto, vocês podem fazer comentários mobilizando assuntos relativos a entrevista e me fazerem perguntas se quiserem.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Reportagem interessante sobre a avaliação da memória em idosos trabalhadores

03/08/2011 - 10h42 - Folha online

Funcionários fazem teste de memória



           Grandes empresas têm desenvolvido ações para uma população que cresce cada vez mais nas corporações: as pessoas com mais de 55 anos. Na Petrobras, por exemplo, o tema de uma das campanhas de saúde deste ano foi longevidade.
           "Existe a necessidade de se manter trabalhando por mais tempo - há pessoas na empresa com mais de 80 anos", conta Eduardo Bahia, médico do trabalho da empresa.
           Para a campanha, a empresa disponibilizou orientação e testes para trabalhadores de todas as idades. "[As pessoas com mais de 55 anos] não querem ser tratados diferencialmente", destaca. Entre as ferramentas utilizadas na ação estavam treinamentos on-line e presenciais do Cérebro Melhor, que disponibiliza alguns deles gratuitamente na internet. Foram oferecidos exercícios para memória, atenção, raciocínio lógico, visão espacial e linguagem.
           "São exercícios para aumentar a reserva cognitiva", explica o sócio da empresa Ricardo Marchesan. No fim, os trabalhadores recebiam um relatório de desempenho.
           Segundo ele, o teste mais acessado pelos funcionários da Petrobras foi o de memória, em que era preciso recordar 25 palavras depois de 60 segundos.
          Segundo Marchesan, os exercícios "retardam o declínio cognitivo que acontece depois dos 25 anos e atrasam sintomas de Alzheimer".
         Apesar de a saúde mental ser um dos focos da Petrobras, Bahia explica que as ações para funcionários da terceira idade não podem ser isoladas. É preciso, diz ele, investir em um conjunto de programas e atividades como exercícios físicos e iniciativas de combate ao fumo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011


Um texto de Rubem Alves sobre a morte e o morrer.

                A única certeza que temos na vida é que vamos morrer. Assim, deveríamos pensar e falar mais sobre ela para quando ela chegar nós possamos estar um pouquinho preparado. O fato de morrermos nos ajuda a aproveitar a vida enquanto temos saúde. Entretanto, para alguns o fato de morrer é tão apavorante que pode ser uma justificativa para se matar mais rápido ou para não aproveitar a vida porque ir para uma cachoeira pode dar muito ensejo para um acidente, um parque de diversão pode ser um meio de ter um infarto, viajar para um lugar q não se conhece pode ser perigoso... ou seja, todo tipo de diversão ou meio de se aventurar é uma forma de se machucar ou ter um óbito. Em outras palavras quem tem medo de morrer tem medo de viver.



Sobre a morte e o morrer

Rubem Alves



Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Peculiaridades do idoso com Alzheimer

           Esse vídeo reflete o sofrimento daqueles que tem Demência. Assim como uma pessoa com depressão às vezes consegui rir de alguma coisa por um momento e depois fica triste, uma pessoa com demência tem momentos de lucidez. Momentos estes que às vezes podem ser muito dolorosos, pois é nestes momentos que elas percebem que tem alguma coisa de errado. Elas conseguem perceber que ficaram ausentes durante semanas, meses ou anos e não sabem bem o motivo, por vezes elas se lembram que tem Alzheimer ou  outra demência qualquer, quando a família a informou disto em algum momento, e ficam aterrorizadas. É por isto que estes pacientes precisam tomar antidepressivos.
        Desta forma, é importante termos cuidado com o que estamos comentando na frente deste paciente com Alzheimer. Eles podem não conseguir falar, mas  podem estar ouvindo e às vezes entendendo o que está sendo dito, afinal eles não ficaram surdos ou cegos. É válido evitar que seja dado um tratamento que ridicularize ou infatilize demais o paciente, pois nestes momentos de lucidez eles podem perceber e compreender este comportamento e ficarem muito tristes.

            De qualquer maneira é muito difícil para todos lidar com essa doença no dia a dia. Não tem ninguém que não se sensibilize.


Relato de uma cuidadora de um paciente com Alzheimer

                A autora faz uma gravação em áudio sem vídeo pelo you tube. Não há vídeo mas, o texto serve para sensibilizar as pessoas quanto as dificuldades que o cuidador de um paciente com demência enfrenta nos cuidados com o doente. Serve para mostrar que o cuidador também merece cuidados e que as tarefas do cuidar devem ser divididas entre os familiares. Se todos os familiares dividirem as tarefas e os amigos auxiliarem com pequenas coisas, como ouvindo as dores do cuidador, a carga emocional deste fica bem menor e ninguém fica sobrecarregado e chateado.
              A ajuda pode ser pequena, mas tem que ser contínua e compromissada para que o cuidador principal consiga de fato relaxar naquele momento em que foi combinado a troca de cuidador. Caso o ajudante não consiga por algum motivo manter o compromisso, é importante que ele comunique ao cuidador o quanto antes para não trazer preocupação ao invés de auxílio. Mas não é só isso, o cuidador principal precisa reconhecer que não é um super homem ou uma super mulher e deve aceitar ajuda quando lhe for oferecido. Não é fácil ser cuidador. Nem todos os ajudantes vão fazer determinadas tarefas exatamente como nós gostaríamos de ver, mas devemos ter tolerância com o processo de aprendizado do ajudante, e sermos flexíveis quanto ao nível de qualidade da tarefa realizada. O importante em todo caso é a solidariedade e compreensão com aquele que se dispõe a cuidar de um paciente com demência. É importante que os julgamentos e os juízos de valor nas conversas sejam evitados, e que os comentários sejam bem analisados antes de serem ditos àqueles que  estão cuidando, pois só quem cuida sabe a dificuldade que é.

           Bem, a autora pode falar melhor que eu sobre isso.




Autoria e Fomatação: Marília Bahr 2009

Alzheimer-O Que Os Cuidadores Diriam

Aprendemos e nos ensinaram sobre aceitação, nos ensinam sempre sobre a resignação, a fé e tantos outros sentimentos nobres.
Acatamos?!
Não somos robôs.
Não chegamos a este mundo programados com toques digitais.
Somos humanos e como tais
pedimos compreensão, afeto
paz, colaboração, respeito, amor,
proximidade, diálogos inteiros e
não meio diálogos.
Nossas vidas neste cuidar é constante.
Flutuação de sentimentos e práticas
exercidas por observação apurada.
Conhecimentos e dicas adquiridos através
de muita leitura, conhecimento
do grupo de profissionais
mais comprometidos.
Ressalta-se: "outros cuidadores."
Muitas e milhares de vezes deixamos
nossos cuidados pessoais em prol do
familiar com Alzheimer.
Vivemos, em determinados momentos,
aflitos com os altos e baixos do doente.
Quando conseguimos uns minutos,
horas de relaxamento, o corpo e
a mente(na maioria das vezes) não
acompanham o nosso querer.
Se conseguimos relaxar ( respirar) de fato, logo o estresse retorna,
em poucas semanas.
"Quando a doença está em fases mais avançadas,
as dores emocionais e
consequentemente as corporais
ficam mais acentuadas."
Sensação real experimentada por muitos.
Várias pessoas responsáveis por um
ente querido abandonam seus sonhos,
seus projetos ou são abandonadas e
excluídas da família juntamente com o portador.
Com o passar dos anos querem decidir por nós!
Nos rotulam como "o herói, o forte,
o guerreiro!"
Aquele que aguenta tudo!
Quantas noites mal dormidas enfrentamos.
Quantas hospitalizações.
Quantos dribles no setor financeiro.
Muitos não conseguem nem sair de suas
casas por serem sozinhos nesta lida.
E ainda sorrimos, procuramos os momentos
bons para prosseguirmos.
Encontramos apoios nesta estrada com
pessoas que vivem a mesma situação.
Não há facilidades para ninguém!
Em domicílio ou clínicas a preocupação
é a mesma!
É necessária a mudança de olhar quanto ao uso de clínicas!
"Venho trabalhando esta questão há anos, felizmente alguns já deixaram os radicalismos e preconceitos de lado!"
Não se trata de impormos ao outro qual
lugar será responsável pelo doente e
sim compreendermos seus motivos.
E, por mais amor que se tenha, a tarefa é incessante e árdua.
Nos ensinaram sobre os deveres que deveríamos cumprir,
mas isto não nos garante sossego porque alguém de fora, por ignorância,
nos aponta dedos, e julga inadequadamente nossos
procedimentos ou
interferem com cobranças nas
horas mais delicadas.
Foi e é como se nos colocássem numa prisão mental, idêntica ao do paciente.
Só quem está dentro e vivenciando isto sabe
dos percalços.
Do que é assistir alguém partindo diariamente, aos poucos e lentamente.
Procuramos viver o hoje, e se este hoje está um pouco melhor já nos satisfaz.
Porém, o hoje tem 24 horas e o amanhecer
às vezes inicia de um jeito e pode terminar de outro.
A nossa vida, admitamos ou não, é deixada em segundo plano.
"Uma realidade sem confetes ou serpentinas!"
-Como nos sentimos?
-Quase sempre em sobressaltos!
-Quase sempre cansados!
-Quase sempre pedindo energias extras!
-Quase sempre sombras do que fomos um dia!
-Quase sempre adoecidos internamente!
-Quase sempre descompensados!
Precisamos de dignidade e respeito, principalmente.
Precisamos de carinho.
Precisamos de um simples ou no mínimo um
"Obrigado", eu te apoio nas suas decisões,
não posso estar aí, mas entendo.
Precisamos de familiares nas divisões de tarefa.
Precisamos produzir, participando do mundo lá fora!
Precisamos desabafar.
Precisamos de respaldo dos hospitais e suas equipes contratadas!
Precisamos de segurança e não descasos e ameaças!
Precisamos de ambientes alegres!
Precisamos de vozes solidárias!
Precisamos de apoio psicológico!
Precisamos de apoio espiritual!
Precisamos de pessoas comprometidas
com a causa!
Precisamos de uma sociedade integrada!
E...ainda... nos sobra a dor real da partida...
O Adeus definitivo.

Precisamos de você e de muitos "vocês"!

-Negativismo?
-Não...
...Realidade!